Sentir-se preso é como estar em uma cela cujas chaves estão no próprio bolso, mas as correntes são douradas...
O brilho do ouro que atrai, que dá prazer momentâneo, agora pesa como uma âncora que impede o voo.
O vento já não sopra mais como antes, o que antes era uma brisa que acalmava a mente, tornou-se um deserto sem oásis à vista.
Havia um tempo em que o prazer parecia simples, à mão, mas agora a corrente que guiava perdeu o brilho.
O desejo, antes uma chama intensa, agora mal reluz.
Aquela faísca que se buscava longe de casa se apagou, deixando apenas um vestígio.
E o que sobrou foi um eco distante, um murmúrio do que um dia fez o coração acelerar.
A estrada percorrida, antes atrativa, agora revela um caminho onde o calor se dissipou.
E o corpo, cansado, se encontra em um vazio que não se preenche mais.